Mas alguns minutos após eu ter deitado, escutei uns barulhos como se estivessem arrastando alguma coisa pelo corredor de casa, que levava ao quarto, me assustei e fui olha o que era, encostei o ouvido na porta, e sentia que, o que quer que seja, estava se aproximando do quarto, mas o barulho parou ao chegar próximo à porta. Quando desencostei o ouvido da porta para abri-la, ouvi uma batida enorme na porta, quase arrancando-a do lugar, quase cai sentado com o susto, já estava pensando em ligar pra polícia, deveria ter alguém na casa, e foi quando comecei a ouvir gritos abafados e gemidos na sala, abri a porta lentamente pra ver o que acontecia, mas não vi nada, e o barulho persistia, gemidos de dor, gritinhos abafados de sofrimento. Entrei pro quarto e me deitei, “Isso é alucinação, eu estou muito cansado, é isso, vou dormir e tudo passará”. Mas esses barulhos continuaram por horas, quando pararam, mas a pausa durou apenas alguns minutos, logo ouvi novamente o barulho de arrastar, mas logo depois ouvi um grito aterrador, um grito de dor, ódio e angústia, tudo misturado, um que me fez arrepiar da cabeça aos pés, e nesse momento olhei para o relógio, eram 2h da manhã, e junto com o grito, comecei a sentir um cheiro horrível de algo queimando, parecia carne queimando, mas não era bife ou carne de churrasco, era um cheiro horrível de sebo, de carne, de cabelo, tudo misturado, um odor que me causou ânsia de vomito. Os barulhos logo pararam, mas o odor permaneceu na casa a noite toda, mal dormi, apenas cochilava e logo acordava assustado. Pela manhã me levantei, estava tudo calmo, nenhum barulho na casa, nenhum odor estranho nada, tomei um banho e fui tomar café, foi quando minha noiva me ligou reclamando que eu não tinha ido encontrá-la, ela disse que não tinha me ligado coisa nenhuma, e que na verdade tentou me ligar a noite toda, mas eu não atendia. Achei estranho e disse que passaria na casa dela a tarde. Então algo no jornal quase me faz cair de costas, fiquei parado olhando a notícia que dizia. “Hoje faz um ano da morte de Juliana, um crime bárbaro, onde essa jovem foi arrastada pelos cabelos em um canavial, violentada e jogada pra ser queimada viva, ao que se sabe, foi exatamente as 2h da manhã quando ela foi jogada no fogo que queimava a cana para a colheita no dia seguinte, e apesar de machucada ela estava viva e consciente. E seus assassinos conseguiram pena mínima, pois seu advogado havia conseguido desmerecer os testemunhos dos cortadores de cana que testemunharam e tentaram salvar a garota do fogo. ”Esse advogado era eu.
Uma visita inesperada
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