“Vila Mariana: Próxima saída”. Dizia a placa que acabara de passar.
“Preciso dormir um pouco, parece bom” pensei comigo. Pois desde as 2 horas da tarde, já são 9 da noite e ainda falta muito pra chegar ao meu destino. Ao chegar ao pequeno vilarejo, percebi que o nome “vila” se aplica ali, era um lugar pequeno, algumas casa em volta de um prédio principal, onde se lia “Pousada Mariana”. Tudo muito quieto, apenas duas velhinhas caminhando na rua, nenhum carro nem outras pessoas. Parei em frente à pousada e percebi que as velhinhas me olharam torto, pareciam não gostar de minha presença ali.
– Oi, gostaria de um quarto pra passar a noite.
– Claro! Qual seu nome? Perguntou uma jovem recepcionista, jovem perto das duas velhinhas que vi ali fora, parecia ter por volta de 30 anos.
– Aline Junqueira. – Bem vinda dona Aline, pode ficar no quarto 3.
A moça era sorridente e parecia estar feliz por ter aparecido alguém ali, já que a cidadezinha parecia bem parada. Tomei um banho e sai para dar uma volta, combinei de ligar pra minha irmã por volta de meia-noite, era a hora que chegava do hospital onde era enfermeira, e já eram 11:30. A cidadezinha estava deserta, ninguém na rua, nem na praça, nenhum cachorro latindo, nenhum barulho, silêncio total. Parecia até assustador aquele silêncio, mas era calmante. Quando de repente escuto barulhos de passos atrás de mim, me virei mas não vi ninguém, procurei e nada. Não dei bola, deveria ser algum animal que passara correndo.
Olhei no relógio, faltavam 15 minutos pra meia-noite, fiquei olhando em volta, pras casinhas pra ver se via alguém mas nada. Quando uma mão toca meu ombro, pulei num susto e me virei, vi uma senhora com cara mal humorada.
– Você precisa voltar pra pousada, já é quase meia-noite! Disse a velha.
– Mas por que voltar? Estou só dando uma volta.
Mas ela nem me ouviu, virou as costas e saiu, tentei ir atrás dela, mas ouvi passos atrás de mim novamente, virei e não tinha ninguém, e quando me voltei pra ir atrás da velhinha, ela havia sumido, olhei em volta, mas nada, ela simplesmente desapareceu. Continuei minha caminhada, mas agora em direção à pousada, mas fui lentamente, e o silêncio agora passara a me incomodar.
Novamente voltei a ouvir passos, e dessa vez mais perto de mim, olhei mas não tinha ninguém na rua, de repente ouvi como se fosse respiração atrás de mim, me virei assustada, mas não tinha ninguém, e cada vez que andava era como se estivesse me seguindo, cheguei a sentir uma respiração em meu pescoço, me arrepiei inteira e virei pra ver, mas nada!! No susto cheguei a tropeçar e cair.